Constelações Sistêmicas (Familiares e Organizacionais)

O método das Constelações Sistêmicas é bastante arrojado e controvertido, talvez por tratar-se de uma abordagem cujo embasamento teórico ainda esteja engatinhando, isto é, não existe conhecimento científico que possa explicar claramente os fenômenos que se observam em uma intervenção regular. Entretanto, é um dos pontos culminantes das abordagens terapêuticas de vanguarda que evoluíram muito e deram origem ao aparecimento dessa abordagem americana a princípio, desenvolvida e refinada pelo alemão Bert Hellinger.

Os conhecimentos científicos que podem, nesse momento, explicar em parte essa abordagem incluem a teoria dos Campos Morfogenéticos do biólogo inglês Ruppert Sheldrake [sobre uma espécie de memória da natureza, que permite reproduzir padrões uma vez criados], as descobertas da Cardioenergética [paraciência ainda controvertida que estuda o coração e os correspondes padrões de consciência associados a ele] e a descoberta dos fenômenos observados no estudo dos chamados Neurônios Espelho [redes nervosas que explicam os efeitos da empatia e da capacidade humana de colocar-se na “pele” de outra pessoa].

As Constelações Sistêmicas constituem um método poderoso de diagnóstico e intervenção em motivações e conflitos inconscientes, revelando dinâmicas ocultas ou imperceptíveis nos relacionamentos humanos e entre conteúdos da elaboração da mente humana (conceitos, projetos, personificações, família, grupos e instituições).

Este método é especialmente útil na desarticulação de scripts, padrões de comportamento e situações repetitivas que acontecem na vida das pessoas. Um dos desdobramentos dessa abordagem no presente, empreendido por Bert Hellinger, é chamado de Movimentos do Espírito.

Essa evolução da técnica original tem obtido algum sucesso com casos em que as ciências tradicionais ainda não conseguiram bons resultados de cura, tais como: esquizofrenia, autismo, epilepsia, dislexias, hiperatividade, gagueira, entre os mais comuns. De uma forma bem simplificada, admite-se que grande parte das causas das disfunções de comportamento provém de registros na memória das células associados a eventos históricos nas famílias, clãs e comunidades – tanto as memórias de sucesso e conquistas quanto as memórias de maus sentimentos e sofrimentos decorrentes de violência, conflitos graves, fracassos, mortes precoces, suicídios, dependência química, exclusões e separações bruscas, etc., ficam guardadas na “aura emocional” da família ou memória coletiva, mesmo que não compartilhada verbalmente. Isso, segundo a abordagem, pode dar origem a mecanismos de compensação, identificação e inversão de papéis originados a partir vínculos de amor infantis, gerando a tendência dos eventos se repetirem.

O que são as Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais?

A Constelação Familiar é um dos métodos terapêuticos brevíssimos mais poderosos, efetivos e controvertidos das últimas décadas, sendo capaz de produzir resultados impressionantes em apenas uma única intervenção mesmo ao abordar problemas e sintomas considerados sem solução pelas abordagens tradicionais de saúde.

Concebida pelos terapeutas norteamericanos Ruth McClendon e Leslie Kadis e desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger a partir dos seus estudos e experiências anteriores em Psicanálise, Terapia Primal, Terapia do Abraço Forte, Análise do Script de Eric Berne (Análise Transacional), Ordens do Amor de Ivan Boszormenyi-Nagy, Psicodrama, Gestalt Terapia, Hipnoterapia Ericksoniana e PNL, entre vários, as Constelações Familiares transcenderam o set terapêutico para se tornarem um modelo útil de diagnóstico e solução de problemas em diferentes contextos, incluindo consultoria, prospecção de oportunidades, comunicação, estratégias de organizações, etc. Tal expansão do campo de experimentação e uso das Constelações Familiares deu origem às Constelações Organizacionais e muitas outras aplicações posteriores.

Elas possuem alguma semelhança com os trabalhos das Esculturas Humanas de Virgínia Satir, princípios da Caixa de Areia de C. G. Jung e de práticas tradicionais de solução de conflitos encontradas nas culturas africanas (com as quais Hellinger também teve contato), podendo ser compreendidas como um método ritual de solução de conflitos entre motivações inconscientes. Possui elementos de cada abordagem original e integra-as num conjunto orgânico e elegante de métodos de intervenção breves.

Sem explicações científicas consistentes ainda, os fenômenos de identificação e expressão observados nos representantes das constelações revelam o quão pouco ainda sabemos sobre os fatores que condicionam os comportamentos humanos, revelando uma complexidade que devolve ao ser humano a inteligência e a genialidade que estão bem além das máquinas e tecnologias humanas. Dois modelos científicos frequentemente citados na tentativa de compreender e/ou explicar os fenômenos observados são a Teoria dos Campos Morfogenéticos do biólogo inglês Rupert Sheldrake e a Cardiologia da Energia e a Cardioenergética, ciências de fronteira que estudam as alterações de consciência em pacientes transplantados.

Uma das observações mais comuns feitas no uso deste método parecem levar à conclusão de que fatos históricos significativos na história das famílias e clãs dão origem a padrões psicológicos no comportamento dos seus descendentes. Logo, parte das soluções possíveis para os problemas emocionais, psicológicos e psicossomáticos apontam para a compreensão, ressiginificação, acolhimento e sublimação de sentimentos cristalizados na memória celular das pessoas e seus ancestrais, ligados através da lealdade de vínculos de amor e sofrimento.

Os diferentes enredos e metáforas revelados pelos dramas das intervenções com este método, indicam caminhos, decisões e soluções possíveis para integrar tais imagens às memórias dos participantes, trazendo luz, compreensão, amor maduro, respeito e novos significados às imagens inconscientes que hipoteticamente influenciavam seus comportamentos e atitudes no presente, reformulando assim a compreensão da realidade e desativando condicionamentos sociais, scripts e padrões de comportamento inconscientes desfuncionais e/ou incompreendidos anteriormente.