Os Ritmos e o Conhecimento Interior: O Fluxo do Tempo Inconsciente

Por Walther Hermann Kerth

Por Walther Hermann

Sinopse

Embora um tanto extenso, esse artigo tem a finalidade de apresentar alguns filtros de compreensão que possam contribuir para uma revisão de parte de nossa história de vida com a finalidade de identificar alguns padrões de repetição de eventos que nos permitam revelar um significado mais profundo registrado em nossa mente inconsciente. Tais descobertas sobre o sentido escondido de algumas daquelas situações constrangedoras que a vida nos propõe nos possibilitam desativar alguns desses programas inconscientes (especialmente aqueles que nos proporcionam maus sentimentos).

De uma forma simplificada, as idéias contidas aqui objetivam acelerar a velocidade de aprendizado inconsciente necessária para a transmutação dos roteiros de vida (atratores rítmicos inconscientes), principalmente com a finalidade de melhorar nossos dias e descobrir como interpretar parte de nossas memórias numa perspectiva do aprendizado profundo. Pois há pessoas que passam vidas inteiras esbravejando contra sua falta de sorte, sem buscar aquilo que possa fazer para redirecionar suas próprias vidas.

Contexto

As reflexões apresentadas pelos artigos que escrevo não são teorias, mas podem ser hipóteses ou lentes através das quais possamos compreender ou adotar um novo ponto de vista sobre algumas questões da vida. A arte do reenquadramento (ou ressignificação, a partir da flexibilização de pontos de vista, saber atribuir diferentes significados para as experiências de vida) pode não mudar os fatos passados em si mesmos, entretanto pode alterar os possíveis sentimentos negativos que tais memórias nos despertem. Ou mesmo oferecer um novo entendimento da vida que concorra para determinar novas decisões ou produzir uma mudança de atitude em direção à conquista de mais aceitação, tolerância, amor próprio e autoconhecimento.

Artigo

Creio que um dos maiores conquistadores da história da humanidade (cujas conquistas se estenderam desde a Europa até o Extremo Oriente) tenha solicitado que em seu esquife de morte ele aparecesse deitado de mãos abertas espalmadas para cima! Desejava dizer com isso que depois de tantos sucessos, nada pudera levar para o mundo dos mortos!

Se nada de material foi levado, entretanto, certamente sua glória, sua força interior, obstinação e toda sabedoria adquirida (tivera um grande mago como tutor) certamente tornaram-se história. Além disso, seu legado, deve ter ficado para seus descendentes (carga genética) e para a humanidade (contribuição para a psique coletiva inconsciente de sua raça) – vide experimento do centésimo macaco no próximo artigo (Memória) ou teoria dos campos morfogenéticos.

Nesse sentido, qualquer atividade humana parece cumprir o seu único papel universal: um cenário no qual cultivamos a excelência! Nessa perspectiva todas as profissões se igualam em importância: quer você seja um engenheiro, cientista, médico, executivo, faxineiro, cozinheiro, fotógrafo, monge, camponês, pescador, etc, ou até mesmo um bandido (se não gostou desse, lembre-se de Robin Hood), se for excelente naquilo que faz, certamente adquiriu grande habilidade e brilhantismo.

Assim, independentemente de onde ela se apresente, a excelência possui suas qualidades: planejamento, criatividade, perseverança, concentração, foco, flexibilidade, discernimento e sensibilidade aguçada, técnica, autoconfiança, dedicação, treinamento, método, etc. Imagino que até foi por isso que a Teologia admitiu que o grande vilão do Cristianismo, o Diabo (o anjo decaído), tenha sido o anjo mais evoluído de Deus! Veja uma reportagem na Revista Superinteressante de março de 2002, nº 174. E pensando na Páscoa recém passada, ainda posso lembrar que muitos grandes pensadores e filósofos da religião admitem que Judas tenha sido o apóstolo mais elevado de Jesus, visto que a ele o Destino reservou o pior papel – sobre o qual não tinha o poder de escolha!

Exatamente a partir desse ponto de vista é que quero apresentar algumas reflexões a respeito de questões que, creio eu, possam contribuir para uma compreensão mais profunda de nossa existência. O assunto presente é o RITMO, mas não é fácil falar sobre ele sem considerar a MEMÓRIA, nem a SINTONIA, que serão alguns dos próximos artigos a serem publicados.

Para começar considero importante lembrar que o ritmo seja talvez o mais variado e universal dos fatores condicionantes da existência: TUDO POSSUI RITMO NA EXPERIÊNCIA HUMANA! Se algum dia alguém lhe disser que não possui ritmo, saiba que essa pessoa está enganada! O que pode acontecer é que ela esteja desconectada da percepção de ritmos (interiores e exteriores)…

O corpo humano se constitui de puro e genuíno ritmo: temos ritmo para respirar, dormir ou descansar, alimentar, movimentar, falar, piscar os olhos, batimento cardíaco, reprodução celular, síntese de hormônios, menstruação (também no homem, como considera a medicina chinesa, porém não explicitamente), digestão, evacuação, micção, nascimento, crescimento, amadurecimento e morte, e até mesmo as doenças possuem seus ciclos! Há os pequenos períodos e os grandes períodos (grandes intervalos) de manifestações e eventos repetitivos em nossas vidas. Em seguida vou fazer uma breve retrospectiva pessoal para que esse cenário inicial adquira mais sentido.

Tudo começou ainda na minha adolescência quando pratica esportes para competir. Sendo obcecado pela prática do tênis, assistia a jogos, treinava e lia tudo sobre o assunto. Compensava a falta de talento com a extrema dedicação. Analisando o perfil de alguns campeões constatei algo muito curioso: vários dos melhores jogadores do mundo, ou mesmo do Brasil, tocavam algum instrumento musical ou cantavam em alguma banda de “rock” amador! Isso ocupou minha curiosidade durante muitos anos: o que isso poderia significar? Será que o conhecimento da música poderia aumentar o desempenho na prática esportiva, especialmente no tênis?

As respostas a essas perguntas somente vieram, ainda como peças de um quebra-cabeças ou evidências isoladas, algo entre doze a quinze anos depois. Considero uma grande dádiva para a raça humana a capacidade de abstração, nesse caso, podermos relacionar idéias com memórias (o próprio ato de pensar). Considero ainda uma grande arte a possibilidade de “enxergarmos” através dos fatos e conseguirmos encontrar padrões, ou seja, conseguirmos compreender/abstrair através do pensamento, o que os eventos semelhantes ou repetitivos possam representar ou significar.

Para exemplificar isso utilizo com freqüência a metáfora de vermos através do vidro. Sermos capazes de concluir que choveu durante a noite ao encontrarmos as ruas molhadas pela manhã ou sabermos que está ventando lá fora quando, olhando através da janela podemos ver as folhas e galhos das árvores balançando ou ouvir o seu ruído característico, embora não estejamos sentindo o vento na própria pele.

Assim, se treinássemos mais essas habilidades de compreensão e observação da vida, quem sabe não necessitássemos mais de cartomantes, astrólogos ou videntes para sondar o futuro, pois seríamos capazes de decifrar o mais genuíno oráculo que existe: a vida e seus próprios mistérios!

Ainda comentando alguns atributos da mente humana necessários para essa reflexão sobre os ritmos, aqui fica exemplificada outra “mágica” ferramenta que opera em nossas vidas mesmo que não saibamos: os “Atratores Inconscientes”! Se preferir, podemos compreende-los como sendo aquelas perguntas ou dúvidas essenciais que nos guiam inconscientemente pelas nossas vidas, despertando nossa curiosidade e ativando nossos interesses em buscar as respostas. Essas perguntas, que em geram não possuem respostas satisfatórias, parecem absorver grande parte das vidas de grandes cientistas e grandes personalidades (quase todos atestam que empreenderam suas jornadas pessoais em busca de alguma resposta!). Portanto, são “ímãs” que “atraem” certas experiências ou situações de vida. Um exemplo comum é quando alguém decide comprar ou trocar o próprio carro, e escolhe um modelo e cor que ninguém possui. Imediatamente após o negócio descobre que existem incontáveis veículos semelhantes circulando nas ruas!

Esses são os atratores inconscientes operando e direcionando nossa percepção e nossa curiosidade inconscientemente. Isso justifica a ênfase de tantos autores insistirem em estabelecermos objetivos e metas em nossas atividades pessoais ou profissionais, buscas de soluções, etc, para informarmos o que nossa mente inconsciente deve “farejar”.

Outro exemplo comum, especialmente relacionado com minhas pesquisas sobre o aprendizado de idiomas, se refere àquelas pessoas que aprendem uma língua estrangeira (principalmente o inglês) sem nunca terem freqüentado um curso convencional ou mesmo estudar com esforço ou dedicação. São pessoas que aprendem com facilidade a partir da estimulação abundante do ambiente: músicas o rádio, cinema, televisão, etc. Desafiando principalmente o esforço daquelas pessoas que passam anos estudando e nunca aprendem!

Alguns dados de minhas pesquisas são terríveis (comprovados inclusive por alguns donos de escolas de línguas estrangeiras): 80% a 90% dos que estudam em escolas não vão atingir seus objetivos, ou seja, não vão sair falando o outro idioma! 80% a 90% dos que falam fluentemente outros idiomas não aprenderam sentados em bancos de escolas de línguas! Possuem um forte componente comportamental de autodidatas (os próprios atratores inconscientes ativados para captar e sintetizar os estímulos de outras línguas). Meu trabalho é “instalar” tais atratores em estudantes de idiomas para que voltem a aprender tão naturalmente quanto aprenderam o idioma materno quando crianças.

Aproveitando essa oportunidade, aqui reside o segredo mais importante no aprendizado de outras línguas: para ativarmos a memória profunda de outra língua devemos conhecer precisamente os ritmos e entonações daquele idioma! Especialmente porque eles são os primeiros registros de uma criança diante da estimulação caótica a qual é submetida uma criança: a musicalidade da língua falada, principalmente a da própria mãe. A mesma musicalidade (sonoridades e entonações e sílabas tônicas encadeadas ritmicamente) que nos permite identificar regionalismos de fala, sotaques e origem dos falantes (essa dimensão do aprendizado é tão importante que se inicia ainda durante a gestação, a partir da percepção dos vestígios de sons do ambiente e da voz da própria mãe que atravessam as paredes do útero). Além da estimulação tátil provocada pela respiração rítmica da mãe enquanto fala.

Bem, retornando ao caso específico da relação entre a música e o esporte, quase quinze anos depois de ter formulado aquela dúvida sobre o possível aumento de desempenho proporcionado pelo conhecimento de ritmos, em 1995 conheci um americano, instrutor de tênis e músico, que me explicou como utilizava os conceitos da música para ensinar mais rapidamente o esporte a seus alunos.

Desde os primeiros relaxamentos que comecei a praticar em busca de melhor desempenho emocional e psicológico em competição, já conhecia fundamentos dos ritmos mentais e cerebrais e, posteriormente, tal conhecimento pode constituir a base para a construção de uma nova abordagem que desenvolvi para ensinar percepção e concentração no esporte.

Entretanto ainda faltava uma base experiencial mais consistente. Somente a compreensão desses fatores não me proporcionava a habilidade inconsciente, a vivência e o discernimento para despertar a criatividade inconsciente. Então me iniciei no estudo de música: primeiramente métodos especiais de ensino e sensibilização de adultos (PAM – Ricardo Brein) e posteriormente algumas lições de piano e bateria! Entretanto, todas essas aprendizagens e descobertas não pareciam ter algo em comum, Pareciam respostas para minhas buscas, mas não convergiam, não sabia como orquestra-las todas juntas.

Somente com a prática do Tai Chi e o estudo aprofundado da hipnose pude perceber o “eixo” de tamanha variedade e elaborar um modelo coerente para tornar úteis todas essas experiências e aprendizagens diferentes que possuíam o ritmo em comum! Preciso mencionar aqui a profunda gratidão pelas orientações de tantos grandes mestres que sempre me aconselharam a aprender novas coisas permanentemente caso desejasse estudar o aprendizado e ensinar.

Enquanto atleta de competição, eu fui um perfeito adepto da mentalidade de que um treinamento não era eficaz se não houvesse sofrimento, cansaço e até mesmo dor! Essa era a filosofia da prática esportiva dominante na minha época. Sendo que qualquer falta de talento natural podia ser substituída por obstinação, disciplina, dedicação e esforço! Seguindo à risca essas prescrições, adquiri o que chamo de uma programação biológica/celular para o estresse, isto é, bastava imaginar algum movimento esportivo e eu começava a transpirar e o corpo a elevar a temperatura (aquecimento) mesmo sem exercício físico! Nessa época treinava aproximadamente quatro a seis horas por dia… Tênis, condicionamento físico, corrida (três quilômetros por dia) e natação. Embora estivesse no auge de minhas condições de resistência física, nunca conseguira nadar mais que 150 metros sem descanso – não tinha fôlego.

Ao iniciar-me na prática do Tai Chi Chuan, embora tivesse uma coordenação motora já bastante treinada, aquela memória somática (do corpo e das células) para o estresse fazia com que eu transpirasse exageradamente mesmo ao fazer aqueles movimentos suaves e lentos do Tai Chi. Muitos anos se passaram até que um novo padrão de tensão (ou relaxamento) se estabelecesse inconscientemente.

Somente o passar do tempo e o amadurecimento me proporcionaram o que devia saber sobre ritmos interiores. De forma que apenas hoje, vinte anos depois e quase há vinte anos sem treinamento esportivo (sem natação, apenas mantendo o Tênis de lazer e o treinamento de Tai Chi) consegui nadar 800 metros sem pausas! Essa descoberta, com grande surpresa, foi a principal razão da escolha desse tema para esse artigo: conseguir transportar o conhecimento teórico para criar resultados objetivamente práticos e mensuráveis! Foi como o ovo de Colombo… O ritmo adequado de respiração para não cansar estava lá, embora eu não o soubesse.

Assim sendo, pude mais uma vez constatar o quão importantes são as experiências humanas enquanto metáforas através das quais exercitamos nossos “músculos” mentais e intelectuais em busca de entendimento. Muito por isso, afirmo novamente que considero a vida o melhor oráculo para compreendermos, antevermos o futuro ou aprendermos a confiar nas surpresas! O esporte ou o ambiente de trabalho, familiar, social ou cultural, são microcosmos que podem refletir muitas características de nossa existência interior: aqui está outra grande questão incitada por uma daquelas perguntas interiores (atrator inconsciente): aquela afirmação dos grandes filósofos do passado que acreditavam o mundo em que vivemos e os seus relacionamentos são apenas um reflexo (projeção) de nosso universo interior!

Bem, na prática, a importância de todas essas considerações e metáforas é que elas podem nos permitir conhecer e alterar parte de nosso destino! Vamos um pouco mais adiante. O conceito de ritmo está intimamente relacionado ao de duração e é um sinônimo possível para entendermos o que é freqüência (da ciência ondulatória). Para compreender como nossa mente consciente lida com a duração ou o fluxo de tempo, pense num relógio analógico com ponteiros. A dinâmica de nossa consciência (as freqüências cerebrais permanecem entre 12 e 26 ciclos por segundo) nos permite perceber facilmente o movimento do ponteiro dos segundos. O que seria necessário para percebermos também o movimento dos outros dois ponteiros?

Ouvi algumas vezes que um bom mestre de Tai Chi é capaz de perceber o movimento até do ponteiro das horas! No princípio pensei que era uma metáfora, porém após vários anos de prática constatei que, com bastante concentração já era capaz de perceber o movimento do ponteiro dos minutos. Algo mudara na minha consciência… E parecia encaminhar-se para aumentar ainda mais a acuidade.

Comparar a mente humana com emissores e receptores de freqüências de rádio nos proporciona um modelo bastante útil para sabermos onde buscar mais conhecimento sobre os ritmos interiores: na habilidade de alterar freqüências cerebrais em busca de sondar outros estados de consciência.

Por exemplo, agora mesmo, aqui onde você está lendo esse artigo, coexistem com você e dentro de você todos os programas de rádio e televisão como se fossem fantasmas desfilando a sua frente (num universo paralelo: o das freqüências eletromagnéticas), invisíveis como o ar. Mas que podem ser facilmente localizados e tornados visíveis com um receptor adequado (um aparelho de rádio ou de TV) que possa SINTONIZAR tais ondas eletromagnéticas. Como se muitos mundos estivessem interpenetrados compartilhando do mesmo espaço físico.

No universo interior, podemos comparar os nossos estados de consciência, mentais ou emocionais, a estações de rádio ou a canais de TV. Aqueles “campos mentais” (universos ou freqüências) com os quais estamos mais acostumados são os que achamos com maior facilidade, assim como com nossas estações ou canais preferidos. Por exemplo, faça uma experiência simples: compare o tempo que leva para pensar numa maçã com o tempo necessário para sentir se as suas costas estão confortáveis – qual levou mais tempo?

Em geral as pessoas levam mais tempo para sentir do que para pensar, pois fomos mais treinados a pensar do que sentir. Agora marque o tempo que leva até que possa sentir o seu pulso (batimento cardíaco). Será possível você sentir também o seu coração batendo dentro do peito? Pois é, muitas das abordagens de desenvolvimento interior começam por práticas de relaxamento e conscientização das diferentes partes do nosso próprio corpo: creio que seja para desenvolvermos essa flexibilidade de alterarmos nossas freqüências cerebrais e mentais, o que nos permite procurar e encontrar conhecimento interior.

Ainda considerando a percepção do fluir do tempo, lembro-me que um dos aprendizados mais contundentes foi observar a presença da irritação em pessoas de grande desenvolvimento interior… Refleti durante alguns anos e descobri que os grandes mestres não têm paciência!!! Eles já não precisam mais dela! Eles percebem e conhecem o verdadeiro ritmo dos eventos da vida e da natureza… Se você acredita que Alguém é responsável pela construção da realidade (universos), certamente concordará comigo que seria necessária a maior paciência do mundo para realizar essa Grande Obra. Ou então, o conhecimento dos verdadeiros tempos e movimentos necessários para a Sua consecução.

Finalizando… Há uma determinada forma de conjugarmos as idéias aqui contidas que nos permite sondar parte do futuro reservado para cada um de nós. Você já percebeu que existem certos fatos em nossas vidas que se repetem? Uma determinada forma de discutir ou brigar; um certo perfil de pessoas com que nos relacionamos; frustrações semelhantes de tempos em tempos, seja nos negócios ou na vida pessoal; eventos tais como assaltos periódicos; etc; como se fossem “scripts” ou roteiros que insistem em dirigir nossas vidas. Observe-os em perspectiva, num espaço de tempo mais longo… Tente olhar agora através dessas memórias para compreender que talvez sejam apenas um reflexo insistente de sua própria existência interior!

Se lhe for possível abstrair tal “script” perceberá que talvez seja sua própria individualidade inconsciente o atrator de tais eventos, no ritmo natural de sua própria capacidade de aprendizado. Então, se estiver disposto e tiver coragem para aceitar que o mundo não é tão responsável ou culpado pelos próprios erros e acertos, talvez apenas o cenário com seus intérpretes do seu próprio grande teatro, creio que começará a conquistar o poder de prender profundamente (visceralmente) com a realidade e adquirir o poder de mudar. Não se esqueça que tais processos podem possuir um ritmo diferente para cada um, ou serem bastante demorados: forma trinta anos para que eu conseguisse colocar essas idéias no papel!!!

Conclusão

Os hindus acreditam existir dois tipos principais de conhecimentos: aqueles que se desatualizam e aqueles que sobrevivem como verdades durante séculos ou mesmo milênios. Então sua cultura se encarregou de explorar esses que possuem vida muito longa… Muito mais longa do que os seres humanos que os revelam: o conhecimento sobre a natureza do homem e sua subjetividade!

Ao fazermos uma retrospectiva pela história humana constatamos que as condições de vida de nossos antepassados nunca pararam de mudar ao longo do tempo. Não obstante, novos métodos, abordagens, religiões, éticas, crenças e hábitos nascem e velhos morrem com o amadurecer de nossa espécie e a evolução de nossa consciência.

Ao estudar alguns trabalhos e pesquisas dos criadores da Psicanálise, um de meus mestres encontrou uma classificação estatística a respeito do estágio de consciência da época realizada a partir de pesquisas com tipos de sonhos classificados em sete categorias. Ao fazer suas próprias pesquisas, 50 ou 60 anos depois, pode encontrar duas novas categorias além daquelas ordenadas previamente!

Isso significa que, de fato, a consciência humana está evoluindo. Se no passado (Idade Média) as ciências premonitórias tais como astrologia, cartomancia, quiromancia, etc, conquistaram suas famas pela precisão de suas previsões, no mundo atual, cada vez mais freqüentemente, parece que o ser humano começa a assumir o controle sobre seu próprio destino a ponto de alterar previsões e não mais utilizar tais práticas para sondar o futuro, mas sim para conquistar o conhecimento de si mesmo. Porém, quando souber finalmente interpretar os eventos de sua vida como lições e indicações de seu caminho, possivelmente as práticas premonitórias percam definitivamente sua importância.

Sugestões

Se você gostou dessas reflexões e deseja implementar algo em sua vida, minha sugestão é que busque novas experiências de aprendizado permanentemente – eu, por exemplo, vivo aprendendo novas coisas, cursos, desafios. Vá estudar música, um novo esporte, uma nova arte, culinária, marcenaria, etc. Perceberá que qualquer prática em si mesma, não importa qual seja, pode ser um poderoso indutor da atitude fundamental de principiante, além de ser também mais um cenário no qual pode praticar as qualidades da excelência.

Sugestões para leitura

  • Carol S. Pearson – “O Despertar do Herói Interior” – Pensamento
  • Fritjof Capra – “Sabedoria Incomum” – Cultrix
  • Jay Haley – “Terapia Não Convencional” – Summus Editorial
  • Joseph Campbell – “O Herói de Mil Faces” – Pensamento
  • Paul Pearsall – “Memória das Células” – Ed. Mercuryo
  • Walther Hermann – “Domesticando o Dragão” – edição do autor
  • Walther Hermann – “Criando Mudanças” – Col. Histórias que Libertam – ed. do autor

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