Controle de peso III – O controle do peso e a atividade física

Por Adriana Moraes e Walther H. Kerth

Data de Publicação: 05 de Dezembro de 2017

Consideramos o exercício físico e o movimento corporal muito importantes, principalmente no mundo contemporâneo, nas grandes cidades, que oferecem poucas oportunidades diárias para a atividade física e que, em geral, faz as pessoas passarem muitas horas por dia sentadas no ambiente de trabalho, com o foco visual restrito aos monitores de computadores, relatórios, leitura e redação de mensagens de e-mail, ligações telefônicas, reuniões, conference calls, etc.

Percebemos que as motivações pessoais para frequentar as academias estão principalmente orientadas apenas para trabalhar mecanicamente o corpo físico, na sua aparência, mantendo como principais objetivos a obtenção de corpos musculosos (abdomens “tanquinhos”) e a queima das gorduras. Uma das evidências disso é o uso de televisões e músicas nos ambientes, destinados a reduzir o ócio mental e mascarar a monotonia de atividades físicas pouco atraentes.

Tais condutas, em geral, depositam muita cobrança sobre o indivíduo que busca conciliar sua vida estressante com as recomendações dos personal trainers, dos nutricionistas, dos médicos, dos cônjuges, da moda, enfim, das expectativas alheias, sobre como deve estar seu corpo, comparado com outros corpos, mesmo que de biótipos diferentes, necessidades e tendências diversas.

Tornamo-nos escravos dos e das modelos – as referências culturais de beleza e saúde. A comparação do próprio corpo com outros, estabelecida pela mídia, é um cruel fator gerador de insatisfação, tensão e estresse que, frequentemente, aumenta o grau de ansiedade e acaba por gerar mais sintomas e descontrole alimentar!

Fui procurada para conduzir um processo de coaching por uma pessoa de corpo grande, ombros e quadris largos, que começou o processo de coaching afirmando não gostar de exercícios em academias e assumindo sua incapacidade de levar adiante os programas de atividade física, independente do investimento pago antecipadamente pelo ano inteiro, para garantir as promoções e incentivos. E não fora a primeira vez que pagara e não frequentara as aulas e práticas.

Cansamos de contar a quantidade de clientes e conhecidos que adquirem pacotes trimestrais, semestrais ou anuais em academias de ginástica, frequentam uma ou duas semanas e abandonam as aulas, as academias, a si mesmos(as), aos valores pagos. Pior ainda, guardam emoções e sentimentos de menos valia, falta de motivação, baixa autoestima, falta de foco, descompromisso para consigo mesmos, etc. Curiosamente, o que era para produzir saúde, mas se parece com uma indústria do mal estar! Sim, poucos realmente aprenderam a se divertir com a atividade física… Para a maioria representa um verdadeiro sofrimento!

No entanto, tal cliente realmente desejava mudanças, queria perseverar e dar continuidade, pois seu modelo ideal era uma atriz global: Deborah Secco. No processo de coaching, nos propusemos a avaliar todas as questões envolvidas no assunto. A primeira que percebi foi que o biótipo desta atriz era completamente diferente daquele da minha cliente! E este é um exemplo, entre vários, de pessoas que não têm consciência do seu próprio corpo e forma física, muito menos de qual é o seu peso ideal.

Sua única motivação para exercitar-se, até então, foi a redução de peso – como tantos outros, escravos dos padrões estéticos de nossa cultura e das recomendações médicas baseadas em estatísticas. Não cabe explicar aqui, por absoluta falta de espaço, o processo de conscientização em relação ao seu biótipo, o que, de fato, também foi feito, mas sim vamos tratar rapidamente da motivação para exercitar-se.

Iniciamos um processo de mapeamento de suas características e gostos pessoais, pois prazer e interesse são fundamentais no processo de construção da verdadeira motivação para estarmos aptos e focados, dispostos e disponíveis, para quaisquer atividades de nossas vidas, sejam elas físicas ou não.

Levantamos também suas crenças a respeito de exercício físico e academia. Vários conflitos emergiram!

A cliente detestava o ambiente de academia e mantinha uma crença de que pessoas que frequentam academias são superficiais e desprovidas de interesse pelo intelecto.

A partir do mapeamento de seus interesses, identificamos que a cliente gostava muito de música e dança, o que se tornou uma excelente oportunidade. Através de técnicas da Programação Neurolinguística, mudamos suas crenças a respeito de exercício físico, incluindo aquela de somente uma academia poder proporcionar condições de consumo adequado de calorias para a redução de peso.

Mais do que isso, ela percebeu que o mais interessante era movimentar-se com prazer.

Os resultados incluíram uma mudança em sua motivação para exercitar-se e o efeito foi substituir a academia pelas aulas de dança flamenca e dança do ventre.

Desta vez não perdia mais suas aulas, pois adorava o que fazia. Levou adiante e alcançou com prazer o seu sonho de ter uma prática física regular e saudável, que contribuía para a conquista do corpo desejado.

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