Seu filho vai bem na escola?

© Viviani Bovo e Walther Hermann Kerth

Sinopse

Uma rápida reflexão a respeito das possibilidades de melhora de desempenho escolar para crianças e jovens que se dedicam mas não obtém resultados satisfatórios.

Contexto

O mundo da educação se transformou bastante. Os métodos antigos de estudo já não são mais tão efetivos. De fato, o estudo do cérebro e do sistema nervoso á ainda recente e grande parte de suas descobertas ainda não foi suficientemente divulgado no setor educacional. Talvez o campo da educação seja o mais atrasado de todos! Isso fica evidente cada vez que comparamos o ambiente de sala de aula do ensino fundamental, médio e superior com uma sala de treinamento de adultos, locais em que os recursos tecnológicos que podem proporcionar uma estimulação adequada alcançou a modernização.

Se além de compararmos o ambiente escolar com o ambiente corporativo de treinamento, ainda considerarmos as abordagens e métodos educacionais de crianças com o de adultos, chegaremos fatalmente à conclusão que a educação formal está atrasada, talvez, mais de 500 anos! Considere que ainda há salas de aula com quadros negros e giz, além de professores que não sabem nada além dos conteúdos desatualizados das suas disciplinas.

Existem culpados? Não, todos somos responsáveis. Pois não consideramos que a educação é um caminho de desenvolvimento e libertação do ser humano, tratando o ensino principalmente como mais um dever cívico e não como o elemento essencial para a construção de uma nação cujos cidadãos tenham senso crítico, opinião e cultura suficientes para saberem escolher melhor os seus governantes. Para isso, a riqueza da nação seria melhor investida na preparação de nossos descendentes mais aptos a aprenderem e se renovarem.

Artigo

Esse é um assunto que tira o sono de muitos pais. Alguns colocam os filhos nas melhores escolas, pagam caro, se esforçam para conseguir encaixar esse gasto no orçamento e no final nem sempre conseguem o resultado esperado.

Algumas crianças até se dedicam, estudam, sofrem com o desespero dos pais, mas isso adianta pouco. Outras não têm foco nem para saber o que sentir, estão totalmente desconectadas e sem concentração para os estudo ou para a escola.

Você já parou para se perguntar o que acontece com essas crianças? Por que algumas se saem tão bem nos estudos e outras não?

Então vamos percorrer juntos alguns fatores do aprendizado para que você possa refletir e achar suas respostas para essa questão!

Tradicional e culturalmente aprendemos que se tivermos uma boa escola, com professores preparados para passar conteúdos de qualidade e em grande quantidade isso será o fator diferencial para sermos estudantes preparados e com bom desempenho! Certo? Não! Conteúdo e metodologia são apenas alguns dos pilares do aprendizado. Se isso fosse tudo não haveria motivos para os alunos terem desempenhos diferentes.

Outro pilar importante no aprendizado é a estratégia! Quais os caminhos que o aluno vai utilizar para chegar onde deseja ou necessita?

Vamos olhar para isso através de uma metáfora. Se eu estou em Campinas e quero ir para São Paulo, eu posso aprender sobre a distância entre essas cidades, a direção, o que cada uma tem de diferente, mas terei que escolher um caminho para chegar até lá e um que seja compatível com o meu jeito de ser e de lidar com as coisas! Por exemplo: para alguns o melhor jeito será tomar um ônibus na rodoviária, para outros viajar de carro, para outros pegar uma carona na estrada ou ir de bicicleta, para alguns ainda pode ser caminhando, quem sabe até mesmo de balão ou avião! Se o meio escolhido for o terrestre ainda temos várias estradas para fazer esse percurso, para alguns a Rodovia dos Bandeirantes, para outros a Anhanguera, para outros a Castelo Branco ou a Fernão Dias (embora seja necessário antes um plano e alguns caminhos para ir até tais rodovias). Assim podemos continuar explorando as diferentes formas de atingir esse objetivo.

Assim também é nos estudos, algumas pessoas desenvolvem suas estratégias de forma intuitiva, memorizam com facilidade, sintetizam as informações quando e como precisam, fazem conexões de informações, sabem como aplicar o que aprendem na vida prática, enfim sabem como gerenciar os conteúdos e informações para deles obter resultados e tirar proveito, dessa forma se dão bem nos estudos.

Já outros não conseguem acessar essas estratégias de forma intuitiva e ficam buscando no “escuro” a melhor forma de estudar, de lidar com o conteúdo que recebem na escola. Exemplificando é como se você tivesse muitas informações de todos os tipos: textos, números, valores, cálculos, desenhos, formas, sons, imagens e precisasse armazenar tudo isso em seu computador, porém você não tem os programas para fazer isso. Como seria possível lidar com esses conteúdos todos? Imagine se você consegue apenas um programa, por exemplo, o “Word” e coloca todos esses conteúdos lá. Será possível fazer cálculos? Será possível ouvir os sons? E lidar com as imagens e formas?

Estudar conteúdos sem estratégia é semelhante! Você tem acesso aos conteúdos, mas não sabe o que fazer com eles. Você sabe onde fica São Paulo, mas não sabe como chegar lá, porque não sabe quais os caminhos disponíveis e qual se enquadra melhor para você naquele momento, para produzir o resultado que precisa.

Existem muitas formas de aprendermos as estratégias, porém isso ainda não faz parte da nossa cultura educacional. São poucos os que sabem que isso existe e possibilita melhorar em muito o desempenho escolar após aprender e adotar estratégias novas e eficientes.

Aqui estão algumas delas, para você pesquisar e procurar caso decida ajudar seu filho que estude muito e mesmo assim esteja passando por alguma dificuldade escolar:

  • Mapa Mental:é uma ferramenta poderosa de anotação de informações de forma não linear, ou seja, elaborado em forma de teia, onde a idéia principal é colocada no centro de uma folha de papel branco (sem pautas), usada na horizontal para proporcionar maior visibilidade, sendo que as idéias são descritas apenas com palavras chaves e ilustradas com imagens, ícones e com muitas cores. Outra analogia muito interessante para compreendermos o Mapa Mental é o crescimento estruturado de uma árvore e seus galhos, tal qual a estruturação de nossa memória dos fatos e informações. Do centro saem troncos principais abrindo cada tópico do assunto principal e, de cada um deles, saem galhos menores com os detalhes explicativos.Assim desenhado, um Mapa Mental está organizando e hierarquizando os tópicos de um assunto, ao mesmo tempo em que sintetiza, fornecendo a visão global, mostra os detalhes e as interligações do assunto. Por fim, com a utilização das figuras e cores, promove a memorização das informações ao estimular ambos hemisférios cerebrais. Sendo uma “ferramenta” muito útil para várias aplicações, tais como: anotações de aulas, resumo de livros, planejamento de estudos, elaboração de redações, entre outros.Saiba mais lendo os artigos:
  • *Mapas Mentais
  • *Mapas Mentais – Uma Brincadeira de Crianças
  • PEI:O PEI é um programa pedagógico de desenvolvimento da inteligência e da capacidade de aprender que promove experiências e vivências, através das quais busca-se alcançar o seguinte objetivo: aumentar a capacidade do organismo humano para ser modificado através da exposição direta aos estímulos e à experiência proporcionada pelos contatos com a vida e com as exigências da aprendizagem formal.Mais especificamente o PEI pretende atingir os seguintes sub-objetivos:
  • corrigir funções cognitivas deficientes (deficiências nas estratégias mentais);
  • ajudar na aquisição de conceitos básicos (absorção de conteúdos);
  • produzir motivação intrínseca (despertar o interesse e a curiosidade naturais pelos conteúdos);
  • produzir processos de reflexão (desenvolver o senso crítico);
  • produzir motivação pela tarefa (cultivar a satisfação pela superação de desafios);
  • passar de uma atitude passiva-reprodutora de informação a autogeradora (estimular a iniciativa e a próatividade.

O PEI em sua estrutura essencial ensina a pensar. Nesse sentido, ele desenvolve significativamente a sensibilidade matemática, pois trata dos fundamentos de como pensamos, tal qual a matemática que, raramente, é ensinada em sua essência, deixada de lado em favor do aprendizado de regrinhas abstratas e, para muitos, aparentemente sem sentido algum relacionado com a realidade da vida.

Saiba mais lendo o artigo Programa de Enriquecimento Instrumental.

  • Memorização: técnicas e treinamento de estratégias para registrar informações na memória e resgatá-las quando necessário.O mau desempenho da memória está normalmente associado a três fatores mais comuns: a falta de prática, a falta de estratégia ou ao estresse acumulado. Em geral as crianças em idade escolar estão na primeira e/ou na segunda categoria. A terceira categoria inclui principalmente pessoas e profissionais muito estressados e/ou a beira de um burn-out.
  • Leitura Dinâmica: técnica para agilizar e aprimorar a leitura e consiste em ensinar a reconhecer as palavras inteiras, em vez de ler sílaba por sílaba, subvocalizando com a voz do pensamento, como aprendemos desde a pré-escola. Com isso adquirimos velocidade na leitura. Depois da velocidade de leitura estar consolidada, aprendemos como compreender e memorizar um texto.
  • Fotoleitura: através de técnicas modeladas de bons leitores e fundamentadas no Brain Based Learning (Bases Neurológicas do Aprendizado), este método ensina um novo modelo de como lidarmos de maneira eficaz e rápida com as informações escritas. Diferente da leitura dinâmica, no método da Fotoleitura o leitor não fica preocupado com a velocidade de leitura, mas direciona toda a sua atenção na qualidade desta, sempre se orientando por um objetivo, buscando compreensão e aprendizado em bem menos tempo. Aprende a ter flexibilidade, objetivo e a estimular melhor o cérebro, através da leitura, melhorando e desenvolvendo o entendimento de materiais escritos, em menos tempo, ampliando conhecimentos, organizando seus estudos, com melhor concentração, compreensão e memória.Saiba mais lendo o artigo Fotoleitura.
  • Desbloqueio de Comunicação e Concentração: técnicas de hipnose aplicada para desenvolver o foco de atenção, para o gerenciamento de distrações e para uma redução significativa do estresse negativo, proporcionando a possibilidade de operar em funções cerebrais multitarefa.

Tecnicamente falando, ativa novos circuitos nervosos e estabelece novas conexões para aumentar a capacidade de concentração consciente e inconsciente. Está baseado em algumas das mais recentes descobertas científicas sobre o crescimento de áreas do cérebro vinculado à estimulação que, quando feita devidamente, promove o crescimento de determinadas áreas do cérebro, aumentando a quantidade de células nervosas (neurônios). Dessa forma, melhora significativamente a concentração e desenvolve o “cérebro multitarefa”, dinamiza as competências de comunicação, criatividade, motivação, memória, percepção, organização e flexibilidade.

Saiba mais lendo o artigo Concentração.

As crianças que têm acesso a bons conteúdos e têm estratégias têm excelente desempenho escolar e sem fazerem tanto esforço, conseguem equilibrar a vida de forma saudável, estudando, praticando esportes, se divertindo e descansando! Pense nisso!

Bem, mas ainda existe um número menor de crianças que apesar de terem acesso a bons conteúdos e terem sido treinadas em estratégias, mesmo assim não conseguem ter foco e concentração nos estudos. Aqui abrimos espaço para outro pilar do aprendizado: é a “Permissão e disponibilidade interna para o estudo”.

Saiba mais lendo o artigo Permissão e Disponibilidade Interna para o Estudo.

Conclusão

Parte das dificuldades escolares são resultado do desconhecimento de uma estratégia adequada para gerenciar os conteúdos. Cada tipo de informação possui um “software mental” adequado para processá-lo melhor. Os indivíduos descobrem essas estratégias na tentativa e erro, exceto quando tem professores ou pais que lhes orientam sobre o “caminho das pedras” ou a “receita de bolo” do sucesso; isso justifica a razão de muitos alunos serem bons em algumas matérias e deficiências em outras.

O conhecimento está cada vez mais abundante, mais disponível, mais barato e mais volátil (descartável). Neste contexto, a educação do futuro parece apontar para um novo papel do professor: não mais um especialista em conteúdos, mas um verdadeiro educador que pode criar um contexto adequado para os estudantes aprenderem a aprender e a encontrar o conhecimento.

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